quarta-feira, 21 de novembro de 2007

EMBARAÇO


Desde que atendi aquela mulher no restaurante ela me pareceu perturbada.
Sua expressão ora demonstrava alegria, ora confusão com mistura de perplexidade, tal o mistério de sua face. Confesso que seus olhos chamaram minha atenção. Um azul profundo, misterioso.
O término de meu turno de trabalho coincidiu com sua saída do restaurante.
Com passos eram inseguros, seus olhos buscavam algo que ela não sabia, pois virava – se constantemente para o lado, ao mesmo tempo em que procurava algo na bolsa. Parecia querer sair do local rapidamente. Estava meio desconcertada, diferente do ar que aparentava ao entrar.
Estava calma, com o olhar ao longe como quem faz plano.
Estava tranqüila. Aproveita o momento displicente.
Quando a atendi estava com as emoções sob controle.
Em um dado momento, que não sei qual, a impressão que tive é que ela havia visto algo que a perturbara.
O que seria?Alguém indesejado? Lembrara-se de algo que a fazia sofrer?
Não sei.

Neste momento, eu a via ali, à minha frente na rua movimentada e não sabia o que fazer. Imaginava que ela precisasse de auxílio, mas não queria ser mal interpretado.



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