domingo, 28 de outubro de 2007

CRÔNICA

NA CONTRAMÃO



Não sou pessimista. Procuro achar um aspecto positivo em cada acontecimento baseada no dito popular de que sempre pode ser pior do que está.
Estou tentando encontrar o lado melhor da notícia que me deixou pasma, o fechamento do Cine Capitólio. Não encontrei.
Inicialmente foram as fábricas. Poderia citar de imediato uma meia dúzia delas.
Com elas foram-se milhares de empregos. O dinheiro diminuiu. Os bolsos murcharam. Só restou a esperança. Afinal, vivemos em uma cidade com muitos funcionários públicos. Somos um pólo cultural e educacional. Universidades, CEFET.
Servidores públicos ganham bem. Ganhavam! O achatamento salarial é uma realidade incontestável.
Para se adequar à realidade, começa-se cortando o supérfluo.
A tecnologia facilitou o acesso aos filmes e popularizou o DVD. Pirata é lógico.
Como imaginar que empresas de outros ramos, o do entretenimento não seriam afetadas?
Com tudo caindo por terra, só resta rezar. Proliferam as igrejas.
Surgem mais supermercados. Alimenta-se o corpo para compensar a alma desprovida de poesia.
A violência aumenta. Os malfeitores reproduzem-se em quantidade na medida em que também aumentam de tamanho. Logo, é necessário resguardar os bens. Então, mais um estacionamento aparece.
A realidade choca. Para fugir dela só resta locar um filme e ver em casa.
Qual será o próximo abalo ?

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