NA CONTRAMÃO
Não sou pessimista. Procuro achar um aspecto positivo em cada acontecimento baseada no dito popular de que sempre pode ser pior do que está.
Estou tentando encontrar o lado melhor da notícia que me deixou pasma, o fechamento do Cine Capitólio. Não encontrei.
Inicialmente foram as fábricas. Poderia citar de imediato uma meia dúzia delas.
Com elas foram-se milhares de empregos. O dinheiro diminuiu. Os bolsos murcharam. Só restou a esperança. Afinal, vivemos em uma cidade com muitos funcionários públicos. Somos um pólo cultural e educacional. Universidades, CEFET.
Servidores públicos ganham bem. Ganhavam! O achatamento salarial é uma realidade incontestável.
Para se adequar à realidade, começa-se cortando o supérfluo.
A tecnologia facilitou o acesso aos filmes e popularizou o DVD. Pirata é lógico.
Como imaginar que empresas de outros ramos, o do entretenimento não seriam afetadas?
Com tudo caindo por terra, só resta rezar. Proliferam as igrejas.
Surgem mais supermercados. Alimenta-se o corpo para compensar a alma desprovida de poesia.
A violência aumenta. Os malfeitores reproduzem-se em quantidade na medida em que também aumentam de tamanho. Logo, é necessário resguardar os bens. Então, mais um estacionamento aparece.
A realidade choca. Para fugir dela só resta locar um filme e ver em casa.
Qual será o próximo abalo ?
domingo, 28 de outubro de 2007
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