Beatriz sonhava quando acordou num sobressalto, com o barulho da porta que se abria.
Sentia-se confusa, perturbada com o sonho que acabara de ter. Sua face demonstrava a preocupação que tinha. Não queria ser precipitada nas decisões, mas também não conseguia raciocinar com clareza.
Quando Antenor entrou no quarto, percebeu nele uma aparência cansada. Depois de um dia inteiro de trabalho, isto era previsível. Seus gestos lentos, quase mecânicos demonstravam que desejava descansar. Ficou mais aliviada. Não teria de conversar nada mais sério naquele momento.
Recostou-se na cama. Fechou os olhos com a intenção de evitar qualquer conversa que gerasse novos atritos. Ele, por sua vez pensava em tomar um banho, relaxar e dormir.
Quem sabe ao acordar, conseguisse pensar melhor, ter uma conversa franca que os conduzisse a um entendimento. Só queria um pouco de paz, mais cordialidade, mais cumplicidade, daquelas que um olhar basta para entender o que vai na alma do outro. Já faz tanto tempo que isto não acontecia... Será que estaria perdendo tempo em desejar resgatar algo que não era mais possível? Seria melhor esperar. Amanhã, a luz do sol poderia ajudar clarear seus pensamentos. Talvez conseguisse colocar melhor seu sentimento sem ser repetitivo, chato, sem pedir nada.
Queria abrir seu coração. Sentia-se como um guerreiro cansado que necessitava de trégua para recompor o corpo e o espírito.
Não tinha mágoa. Nem tristeza. Era um sentimento que não conseguia explicar. Talvez um vazio imenso.
Publicado no site: www.usinadaspalavras.com
Data:2007.08.14
sexta-feira, 7 de setembro de 2007
SONHO II INCERTEZAS
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário